quinta-feira, 6 de março de 2014

Carnaval da depressão

Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário

(Cartola – O Samba do Operário
)

Fevereiro termina com o gosto amargo de um carnaval com menos dinheiro para os servidores de Cubatão. Este foi o resultado de uma elevação brutal na cobrança da Assistência Médica da Caixa de Previdência que praticamente zerou o pífio reajuste salarial incorporado no mesmo mês, não havendo garantias que os serviços da Caixa de Previdência melhorarão, pois a superintendência segue sendo escolhida pela prefeita, aceitando passivamente a “cartilha” do governo.

Devemos lembrar que o sindicato se manteve omisso e confortável em sua posição de burocratas bem alimentados e subservientes à Administração Municipal. No clube dos amiguinhos da Márcia Rosa em Cubatão, a atual direção do SISPUC assistiu os servidores lutarem por melhorias de condições de trabalho e pelo salvamento da Caixa de Previdência sem moverem sequer uma palha.

Durante meses a categoria tentou dialogar com a Administração, com a Superintendência da Caixa e com a Câmara municipal, no intuito de elaborar um projeto de lei viável de recuperação da Caixa, onde dividiria o ônus da má gestão da Autarquia com a Prefeitura, sendo realizado amplos debates e três audiências públicas durante o processo. Porém, no final do processo, Câmara, Governo e Superintendência se uniram para negar a aprovação de todas as propostas feitas pelo funcionalismo. É importante frisar que a prefeitura se nega a contribuir com mais do que o empregado (3,28%) para a Assistência Médica, algo comum na iniciativa privada e na administração pública. Uma vergonha!

Precisamos estar atentos, pois Governo e Sindicato preparam novo golpe contra os servidores. Tentarão de alguma maneira abafar as iniciativas que surgirem pretendendo organizar os trabalhadores para lutarem por melhores salários e condições de trabalho, sufocando o debate necessário sobre a defasagem salarial das últimas décadas e sobre todos os problemas enfrentados durante o ano, tais como: equipamentos e veículos sucateados; falta de funcionário; a terceirização massiva de serviços essenciais da Prefeitura; unidades que ficaram meses sem água ou papel higiênico; escolas  e unidades de saúde caindo aos pedaços; etc..

É preciso mais que o índice da inflação do ano ou a incorporação dos 5% de abono (referente às perdas do ano retrasado), é preciso avançar para conquistas, um aumento real que condiga com a valorização dos servidores municipais e que recupere as perdas históricas legadas por todas as gestões. Portanto, é necessário que o servidor se aproprie do instrumento sindical e busque conquistas mais efetivas. Com uma prefeitura que ano após ano aumenta seus gastos com as terceirizadas, e cujo orçamento bateu recordes, não devemos aceitar migalhas.

Servidor e servidora, se organize e venha para luta...



Por uma campanha salarial forte, por um sindicato de verdade!


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