Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário
(Cartola – O Samba do Operário)
Fevereiro
termina com o gosto amargo de um carnaval com menos dinheiro para os servidores
de Cubatão. Este foi o resultado de uma elevação brutal na cobrança da
Assistência Médica da Caixa de Previdência que praticamente zerou o pífio
reajuste salarial incorporado no mesmo mês, não havendo garantias que os
serviços da Caixa de Previdência melhorarão, pois a superintendência segue
sendo escolhida pela prefeita, aceitando passivamente a “cartilha” do governo.
Devemos
lembrar que o sindicato se manteve omisso e confortável em sua posição de
burocratas bem alimentados e subservientes à Administração Municipal. No clube
dos amiguinhos da Márcia Rosa em Cubatão, a atual direção do SISPUC assistiu os
servidores lutarem por melhorias de condições de trabalho e pelo salvamento da
Caixa de Previdência sem moverem sequer uma palha.
Durante
meses a categoria tentou dialogar com a Administração, com a Superintendência
da Caixa e com a Câmara municipal, no intuito de elaborar um projeto de lei
viável de recuperação da Caixa, onde dividiria o ônus da má gestão da Autarquia
com a Prefeitura, sendo realizado amplos debates e três audiências públicas
durante o processo. Porém, no final do processo, Câmara, Governo e
Superintendência se uniram para negar a aprovação de todas as propostas feitas
pelo funcionalismo. É importante frisar que a prefeitura se nega a
contribuir com mais do que o empregado (3,28%) para a Assistência Médica, algo
comum na iniciativa privada e na administração pública. Uma vergonha!
Precisamos
estar atentos, pois Governo e Sindicato preparam novo golpe contra os
servidores. Tentarão de alguma maneira abafar as iniciativas que surgirem
pretendendo organizar os trabalhadores para lutarem por melhores salários e
condições de trabalho, sufocando o debate necessário sobre a defasagem salarial
das últimas décadas e sobre todos os problemas enfrentados durante o ano, tais
como: equipamentos e veículos sucateados; falta de funcionário; a terceirização
massiva de serviços essenciais da Prefeitura; unidades que ficaram meses sem
água ou papel higiênico; escolas e
unidades de saúde caindo aos pedaços; etc..
É
preciso mais que o índice da inflação do ano ou a incorporação dos 5% de abono
(referente às perdas do ano retrasado), é preciso avançar para conquistas, um
aumento real que condiga com a valorização dos servidores municipais e que
recupere as perdas históricas legadas por todas as gestões. Portanto, é necessário
que o servidor se aproprie do instrumento sindical e busque conquistas mais
efetivas. Com uma prefeitura que ano após ano aumenta seus gastos com as
terceirizadas, e cujo orçamento bateu recordes, não devemos aceitar migalhas.
Servidor
e servidora, se organize e venha para luta...
Por uma
campanha salarial forte, por um sindicato de verdade!