quinta-feira, 25 de julho de 2013

Boletim Informativo número 05 sobre o Conselho Administrativo


por Maykon Rodrigues


Primeiramente, gostaria de informar que não participei da última reunião ordinária do e da última reunião extraordinária do Conselho de Administração, pois não me encontrava na cidade.


Ontem, as 14 horas, ocorreu uma reunião conjunta entre o Conselho Fiscal e o Conselho Administrativo e que contou com a participação de servidores da Caixa, Silvio e Jarbas, do presidente da APMC Paulo e do vereador Jair do Bar e uma assessora sua. 

Inicialmente, a pauta da reunião era uma exposição da empresa MediLink sobre o serviço de acompanhamento em tempo real dos procedimentos realizados pela Caixa (o famoso cartão). O sistema da empresa tem uma série de combinações que controlam os serviços, bloqueando ou desbloqueando determinado procedimento. Exemplo: fez uma consulta, em consultório, com o Doutor X, enquanto não vencer o tempo de retorno, não existe liberação para uma consulta com o mesmo médico de forma automática. Fez um exame y que tem validade de 6 meses, um outro exame igual não é liberado, a não ser com justificativa médica, nesse período. No momento, a empresa instala um serviço de acompanhamentos em tempo real dos procedimentos realizados durante uma internação. Falta a contratação de empresa que faça o serviço de auditoria constante das contas hospitalares (friso que os hospitais são a maior despesa da Caixa).

Para além da discussão sobre os serviços da referida empresa, abriu-se um diálogo sobre os problemas enfrentados pela Caixa. Em minhas falas, apresentei a seguinte linha argumentativa: 

a) Existe uma rotina administrativa que independe de outras forças que não a Caixa e que PRECISA ser resolvida. Entre elas a auditoria externa é fundamental. Para tal, cito um dado. Em 2010 os gastos com hospitais ficaram na casa dos R$ 13 milhões. Em 2011 esses gastos subiram para mais de R$ 21 milhões!!! Número que se manteve em 2012. As outras despesas médicas como dentistas, consultórios, laboratórios tiveram aumento bem menor no período. Além disso, é necessário rever contratos. Pagamos preços acima do mercado para diversos procedimentos. Cito três exemplos. Para tratamentos em Oncologia o ISO tem serviços mais baratos do que o AC Camargo (muitos planos particulares de alto custo não cobrem esse hospital). Usamos o AC Camargo! Esclarecendo mais. Caso um atendido pelo ISO se utilize de medicamentos de 100 reais, o hospital cobra de Brasidice (índice da área) 5%. Vai cobrar da Caixa R$ 105. Já o AC Camargo cobra 38%, cobrará da Caixa R$ 138. O Hospital Ana Costa se utilizar algum material cirúrgico de R$ 1 mil, cobra uma taxa de 42%. Ou seja, a Caixa vai pagar R$ 1420 pela taxa chamada de SIMPRO. O mercado cobra entre 10 a 15%! Por fim, pagamos para o Instituto de Análises Clínicas uma CH de 0,27 (outro índice de mercado. Cada exame vale um número determinado de CH) desde 2000. Em conversa recente o Instituto aceitou REDUZIR a CH! Muitos dentistas são pessoa física. Assim, além do serviço efetuado pelo mesmo, pagamos 20% de INSS. Caso apenas Dentistas que são Pessoa Jurídica oferecessem atendimento, não pagaríamos INSS.

b) Durante anos a relação entre a Caixa e a Prefeitura foi de, digamos, muito zelo e cuidado da Caixa para com a Prefeitura. Empréstimos foram concedidos, atrasos em repasses foram tolerados entre outros. Além disso, nossos salários estão achatados a mais de 20 anos! A mais de dois anos não recebemos qualquer aumento real. Qual o resultado disso? Há 10 anos a Caixa arrecada mensalmente em torno de R$ 1 milhão em contribuição de mutuário/PMC. Hoje esse valor é de R$ 1,5 milhões. A inflação acumulada no período é bem superior aos 50%. Em contrapartida os gastos passaram de R$ 1 milhão para uma média de R$ 2,5 milhões. Assim, temos um déficit entre arrecadação e gastos há anos. Só em 2012 o déficit foi de R$ 9 milhões. Outro exemplo, em 2009 éramos 5.995 mutuários. Em 2012 éramos 6.214. Ou seja, mesmo com todos os concursados, o número de mutuários praticamente não aumentou! As exonerações são tantas quanto as contratações. Salários baixos não estimulam ninguém a ficar na PMC. Por que falo tudo isso? Porque é inadmissível a PMC se eximir de responsabilidade por todo esse caos atual!!!!

c) Como falei no informe anterior, a Caixa Saúde (deficitária) paga despesas da Caixa Previdência (superavitária). Ou seja, qualquer medida que vise sanar a Caixa passa por pensar na relação entre Saúde e Previdência.

d) O Conselho da Caixa fará Audiências Públicas nos dias 06 e 13 de agosto. Apenas uma participação massiva dos servidores nos fará sair dessa situação!

“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”
Fernando Pessoa

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